terça-feira, 21 de setembro de 2010

C.S.Lewis I

Gente depois que li algumas coisas sobre o C.S.Lewis, me interessei mais ainda, quem não o conhece ele era escritor irlandês, conhecido pela sua obra acadêmica sobre Literatura Medieval, Cristã.
Já quero ler todos os livros dele, vou postar aqui algumas coisas que eu encontrei á respeito, e esta primeira fase de relatos meus do C.S.Lewis, é sobre o sofrimento! Algumas ideias dele! Interessante, vale a pena ler!
Enjoy!


Vivemos uma crise ética e moral profunda. Mas as Escrituras não nos autorizam a deixarmos de lutar pela instauração do bem, mesmo em um mundo tão violento e imoral quanto o nosso.
o fato de que o mal e o sofrimento são os principais argumentos de ateus e pessoas que descrêem do Evangelho contra o cristianismo. Mais do que nunca, os movimentos ateus insistem em explorar esse ponto. Como pode existir um Deus (supostamente) bom e perfeito, ao mesmo tempo em que observamos tanto sofrimento, dor, injustiças, guerras e males neste mundo por Ele criado para ser perfeito? E, se Ele existe, devia poder impedir o sofrimento. Ou então, deve ser um deus mal ou impotente.
O argumento central de Lewis contra essas suposições é que Deus é onipotente, sim, mas não agiria contra a natureza por Ele mesmo criada. Violar a liberdade de sua criatura seria uma dessas “infrações” que não combinam com a essência e os propósitos divinos.
Ele começa pela ideia de Deus como Todo-poderoso. Qual o sentido da Onipotência de Deus? Será que ele pode fazer o que bem entende? Sim, tudo exceto o impossível intrínseco. Você pode lhe atribuir milagres, mas não o absurdo: “O absurdo continua sendo absurdo, mesmo quando estamos falando de Deus”. Indo mais a fundo nessa idéia da Onipotência Divina, Lewis construiu um universo próprio: um universo no qual almas livres, ou talvez, como costumamos dizer nos dias de hoje, pessoas, podem se comunicar. Nesse processo, ele descobre que “nem mesmo a Onipotência poderia criar uma sociedade de almas livres sem criar, ao mesmo tempo uma Natureza relativamente independente e ‘inexorável’”; que uma natureza fixa implica na possibilidade, ainda que não na necessidade, do mal e do sofrimento… “Tente excluir a possibilidade de sofrimento que a ordem da natureza e a existência do livre-arbítrio envolvem e descobrirá que excluiu a própria vida”. Assim, o universo como o conhecemos pode muito bem ser produto de um criador sábio e onipotente, resta-nos mostrar “como a percepção de um mundo sofredor, mas continuar certo, em territórios bastante diferentes, que Deus é bom, somos levados à concepção de que a bondade e o sofrimento não abrigam nenhuma contradição”.
Mais do que nunca tendemos hoje a confundir o “bem” com o “conveniente”, o “prático”, o “cientificamente comprovado” ou o simplesmente “interessante” ou “popular”. The show must go on! – dizem os que sofrem hoje, rangendo os dentes e aparentando ter tudo “sob controle”. Estamos a milhas de distância da compreensão do sentido mais profundo do bem e do mal, o que nos aproxima dos tempos do Éden e da queda.
E a bondade de Deus é confundida com “gentileza” ou “favores”.  Ao invés de um pai, que ama quando corrige, queremos um avô, que paparica seus netos. Lewis afirma sem pruridos que a bondade e amor de Deus incluem o sofrimento circunstancial, precisamente pelo estado decaído deste mundo, numa visão mais abrangente ou transcendente da história.
Esse autor frisa ainda que um dos maiores aprendizados, e assim, benefícios que o sofrimento pode (paradoxalmente) trazer é abrirmos mão de nossa auto-suficiência e deixarmo-nos ser usados por Deus para a realização do seu propósito maior, que aceitamos pela fé,  participando efetivamente do Seu Plano de Resgate do mesmo e, assim, das garras do tirano que nos escraviza desde a queda, sem que ele se dê conta disso.
Assim, gradativamente O Problema do Sofrimento nos faz ver sentido no sofrimento e a lógica moral e racional da obra de Deus neste mundo. Além de voltarmos a ter esperança e força para nos erguermos das fases e situações de sofrimento, Lewis desperta em nós o desejo pelo Lar Perdido no qual já começamos a morar. Ele nos devolve a cidadania espiritual que o sofrimento nos faz ver ameaçada. A ameaça não está do lado de Deus, mas do nosso: nós é que somos o elo fraco no processo, não Deus. Portanto, jamais teremos como culpar Deus pelo mal que há no mundo. 
Em última instância o mundo não é mal, só está mal, é diferente! Lewis deixa claro que Deus vai fazer cumprir o seu desígnio através de criaturas boas ou más. Resta a nós preferirmos servir a Ele “pelo amor ou pela dor”. Ao mesmo tempo em que somos os únicos responsáveis por esse processo, somos também as suas únicas vítimas. Paradoxalmente, Deus mesmo se fez vítima no nosso lugar, mesmo não tendo necessidade para tanto. Assim o mistério do mal é o primeiro passo rumo à compreensão do mistério da cruz. E a abnegação do nosso self se torna o primeiro passo para a descoberta do nosso self verdadeiro – ou aquele que Deus originariamente “bolou” na criação – e para a auto-realização. Tornando-nos cristãos, ou seja, imitadores de Cristo e verdadeiros Cristos, nos tornamos mais nós mesmos, num processo de aprimoramento na fé.
Algumas frases das cartas de Lewis:
“É claro que todos aprendemos sobre o que fazer com o sofrimento – oferecê-lo em Cristo a Deus, como nossa pequeníssima participação no sofrimento de Cristo – mas é tão difícil fazer isso! Para mim, infelizmente, acho que é mais fácil imaginar do que realmente viver isso” (Lewis, 2006 a, 69).
“Sobre como suporto o sofrimento, a resposta é: ‘De quase todas as formas possíveis’. Porque, como você talvez saiba, não se trata de um estado, mas de um processo” (2006 a, 113).
"Precisamente nos momentos em que mais necessitamos de Deus, diz Lewis, Ele nos parece mais distante."
Imagine-se como sementinha pacientemente hibernando enterrada na terra; à espera do afloramento no tempo que o jardineiro achar melhor, para o mundo real, para o verdadeiro despertar. Suponho que toda a nossa vida presente, quando olharmos para trás, a partir daí, não parecerá mais do que um devaneio sonolento. Este é o mundo dos sonhos. Mas o galo está para cantar. E está mais próximo agora do que quando eu comecei a escrever esta carta. (Lewis, 1980, 187).


C. S. LEWIS

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